Atuação de cartório foi crucial para operação contra suspeitos de fraudes em financiamentos agropecuários

Atuação de cartório foi crucial para operação contra suspeitos de fraudes em financiamentos agropecuários

Deflagrada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (16), a Operação Paper Land revelou a importância da atuação do Cartório de Registro de Imóveis de Nova Crixás, no interior de Goiás, para o desmantelamento de um esquema de fraudes envolvendo empresários, advogados e funcionários da Caixa Econômica Federal. O grupo é suspeito de causar prejuízos de mais  R$ 40 milhões em fraudes em financiamentos agropecuários.

O oficial do Registro de Imóveis de Nova Crixás, Jhonathan Estevam, informou ao Colégio Registral Imobiliário de Goiás (Cori-GO) que a fraude foi inicialmente descoberta graças à diligência do cartório que, mediante uma minuciosa análise, recusou o registro de uma Cédula de Crédito Rural suspeita. Esse ato desencadeou uma investigação aprofundada que culminou na operação da PF.

Ele explicou que durante a qualificação do título, foi notada a ausência de informações essenciais do documento e ainda a presença de vários dados inconsistentes. Ao examinar o documento, o oficial também constatou mais outro indício de irregularidade, relacionado a reconhecimento de firma.

Diante de tais suspeitas, foram feitas as verificações e consultas de praxe, nas quais os resultados indicaram se tratar de tentativa de golpe.

Considerando a situação, o oficial noticiou os acontecimentos à autoridade policial competente e emitiu nota devolutiva informando a impossibilidade de registro até que a questão da suposta falsidade fosse esclarecida.

O oficial prestou depoimento e forneceu os documentos à autoridade policial, que procedeu à apreensão dos mesmos e início das investigações cabíveis.

A Operação

A operação Paper Land cumpriu 18 mandados em 13 endereços nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Acreúna e Rio Verde. Segundo a investigação, o grupo criminoso utilizava documentos falsos e corrompia profissionais credenciados à Caixa Econômica Federal para obter financiamentos fraudulentos.

Além dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias dos investigados, o sequestro de 48 imóveis e 44 veículos, bem como a constrição de criptoativos. A PF informou que os crimes ocorreram entre 2022 e 2023, e as penas somadas podem ultrapassar 42 anos de prisão.

Em nota, a Caixa Econômica Federal afirmou que coopera integralmente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na investigação e prevenção de fraudes. A instituição reforçou que possui políticas rigorosas de segurança para proteger os dados e operações de seus clientes.

O nome Paper Land faz alusão aos imóveis rurais que existiam apenas no papel e eram utilizados como garantia hipotecária nas operações financeiras fraudulentas. Fonte: Cori-GO com PF

Fonte: Rota Jurídica