Começaremos, hoje, o esboço de um roteiro para o exame da consciência moral dos notários e dos registradores.
De início, reiteremos que a consciência moral é último juízo da razão prática que, partindo dos princípios e das normas da ordem moral, decide sobre a moralidade de um ato próprio que se realizou (consciência consequente), se realiza (consciência concomitante) ou vai realizar-se (consciência antecedente). A formulação de uma consciência moral reta é um fator de formação, de educação da pessoa, porque o objeto dessa consciência −ou juízo de consciência− é cada uma de nossas ações, de nossas omissões, de nossos pensamentos, de nossas palavras; a inteireza de nossa atividade pessoal.
Sempre pondo-nos sob a luz de alguma resposta às questões fundamentais −por que existo? por que o mundo existe? qual é a finalidade de minha existência?−, podemos, então, apoiando-nos nas lições de nossos Maiores (p.ex., as de Royo Marín), elaborar um esboço de roteiro particular para o exame de consciência profissional dos notários e dos registradores:
− atendi aos limites de minha competência territorial?
− Procurei satisfazer à ciência suficiente para atuar com o conhecimento necessário ao cumprimento de minhas funções?
− Agi com espírito de serviço e cônscio da dignidade de minhas funções?
− Atuei contra minha consciência, autorizando atos contrários à lei, à moral ou aos bons costumes?
− Atendi a todos, autoridades, clientes e colaboradores, com cortesia e decoro?
− Ouvi com paciência?
− Atuei de modo imparcial?
− Pratiquei propositada falsidade?
− Cobrei excessivamente pelo exercício de minhas funções?
− Tive o cuidado de bem exercitar o cavere?
− Quebrei o segredo profissional?
− Gerenciei de modo adequado e atento os trabalhos dos colaboradores?
− Fiz concorrência predatória?
− Procurei entre clientes e entre os colaboradores, estabelecer a concórdia onde havia conflito?
− Em resumo: honrei meu ministério? Pus-me a serviço da verdade?